sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


Graças a aulas de redação, dezesseis alunos passam no vestibularAtravés da dedicação de uma professora de português, estudantes da periferia de Planaltina foram estimulados a perder a inibição e a colocar as ideias em forma de texto

Publicação: 18/01/2013 06:12 Atualização: 18/01/2013 06:43
Transferida do Paranoá, Conceição Guisardi (E) empenhou-se em tirar o pavor de escrever uma redação das turmas do terceiro ano do colégio (Monique Renne/CB/D.A Press)
Transferida do Paranoá, Conceição Guisardi (E) empenhou-se em tirar o pavor de escrever uma redação das turmas do terceiro ano do colégio


Extra, extra! Alunos do 3ª ano do Ensino Médio do Centro Educacional Pompílio Marques de Souza, em Planaltina, experimentaram, no ano passado, uma cápsula do tempo imaginária, na qual depositaram seus sonhos de vida. Uns querem ser médicos, professores e promotores de Justiça; outros, arquitetos, empresários, enfermeiros, nutricionistas, advogados e jornalistas. Dezesseis jovens garantiram vaga para o sucesso e estão aprovados em universidades federais e estaduais de Goiás.

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A viagem ao futuro foi possível graças à dedicação da direção e dos docentes, em especial, da professora de português Conceição Guisardi. Apaixonada pela profissão, ela enxergou na escola — localizada no bairro Mestre D’Armas, periferia da cidade —, uma possibilidade de dar saltos mais altos. Tudo começou em 2012, quando a mestra chegou ao colégio transferida de uma unidade educacional do Paranoá. “Os alunos tinham pavor de redação. Para mim, aquilo não era normal”, observou ela. 

Em uma tentativa de eliminar o bicho-papão da cabeça deles, a professora decidiu reinventar. Em uma das primeiras atividades do ano, incentivou-os a escreverem uma carta para quem quisessem. A atividade se chamava cápsula do tempo. Nela, a ideia era que cada jovem contasse como se imaginava dentro de uma ou mais décadas. “Um aluno disse que tinha se tornado um médico e o outro, um advogado”, contou Conceição, orgulhosa.